quinta-feira, novembro 23, 2006
...Encontrar a mesa branca e fria
Ainda respirando, parada naquele dia
Em que foi testemunha singular
Do pecado, do desejo, desse olhar
Encontrar as linhas brancas, quentes
Que esperam receber das mãos ainda ardentes
A luz que insistiu em se agarrar
Ao meu corpo desnudo e frio, terra e ar
É nesse instante que guardei, perfeito
A tua boca, a mão, o peito
Onde me abriguei da tempestade a passar
Revolta, estreita, escura, perfeita, como o mar
Não voltes, que eu não quero
Já tive o que desejo e espero
Não sentir de novo este despertar
Quero adormecer o sentimento
E viver tudo a seu tempo
Para não me perder, onde não me consigo encontrar
Aí,
Dentro de ti…
